quarta-feira, 3 de março de 2021

Noite difícil

 Mas que noite a minha... Que noite que tive hoje, horrível como tudo. Já não me lembrava de ter uma noite tão má como esta!

Custou me tanto a adormecer, mesmo tomando medicação para dormir e se já não fosse o suficiente porque não tenho dormido nada, acordo a meio da noite com um ataque de ansiedade. E o pior disto tudo é ter de controlar sozinha, não ter ninguém para falar enquanto tento controlar, não ter ninguém para me dizer para respirar devagar, que está tudo bem. Porque não está! 

Nada está bem! 

Acordar agonizada, sem ar, num choro desesperante, com o coração aos pulos, parecia que ia morrer. Nada estava direito, os pensamentos maus faziam questão de sobressair a minha dor, quantas asneiras me passaram pela cabeça... Tudo à minha volta girava e a medicaçao estava tão longe de mim. 

Fiquei ainda mais ou menos 1h a lutar pra que o ataque passasse, sempre com medo de que não passasse. E se não passar? Como vou fazer? O que vou fazer? Tudo vinha e ia... 

Não consigo comer direito, não durmo nada, sinto me vazia e deprimida e ainda assim tenho de continuar a rotina, ir trabalhar, quando a vontade é ficar na cama no escuro e chorar, mas as contas não se pagam sozinhas, eu preciso trabalhar mas também preciso de tempo para me reconstruir. Não da para conciliar as duas coisas, só que neste momento a saúde terá de ir para segundo lugar e tentar, dentro dos possíveis resistir! 

terça-feira, 2 de março de 2021

Perdas

 Desde já lamento a minha ausência.

Mas venho aqui de novo escrever... Escrever faz me bem, sempre fez, acalma a minha alma, o meu cérebro. Escrevo desde os meus 15 anos, na altura textos diferentes, comecei um livro que nunca acabei, parei de escrever, porque? Talvez porque comecei a trabalhar, perdi a paciência, a vontade. 

Agora escrevo para aliviar a alma, o coração, para me manter ocupada, estou triste, recentemente perdi umas das pessoas que eu mais amo. Mexeu comigo de todas as maneiras possíveis, deixou um buraco, uma dor daquelas que não se sabe de onde vem, onde é na verdade, tudo dói! 

Como tenho andado?

Vazia, deprimida, com dores no corpo, com falta de horas de sono, nem a medicação ajuda. Ataques? Três ontem e dois hoje, uns mais graves que outros, como lidei com eles? Não sei, é verdade que a medição me ajuda muito, mas não me consigo concentrar para evitar, eles simplesmente não avançam para o estado de eu não conseguir fazer nada.

O que me tem mantido à tona é a minha mae e o meu irmão, que de tão longe esticam a mão e me seguram, não me deixam ir ao fundo, porque sem eles os meus pensamentos são os mais negativos possíveis, tento rir me, falar normal para que as pessoas não percebam, mas só Deus sabe o esforço que tenho feito para não fazer nenhuma asneira...

Dois dias bem negros na minha vida, já não sabia como eram, as consequências que traziam. 

E daqui para a frente? Não sei, tudo será diferente, terei de fazer tudo de novo, terei de voltar ao tratamento agressivo.

Estou me a lamentar? Claro que estou, quem não lamenta consequências destas? Como não lamentar tamanho sofrimento? Tudo porque a ansiedade intensifica tudo não a multiplicar, mas a quadruplicar, tudo é muito mais, tudo é exagerado. 

So pedia para não ter nada disto, só me queria livrar de vez disto, isto da ansiedade, da depressão... Não é nada fácil, nada é a dividir, tudo vem, todos os sentimentos maus, todos os pensamentos escuros.

Agora é esperar e ver até onde está ansiedade me vai levar, se para a frente ou se para o fundo. 

Noite difícil