sábado, 30 de janeiro de 2021

Sintomas físicos do stress/ansiedade

 Bem, eu ontem não escrevi nada porque foi um dia realmente cansativo psicológicamente para mim. Então venho aqui hoje deixar alguns dos sintomas stress/ansiedade que tenho quando, como um dia de ontem, acontecem.

Em primeiro lugar quero relembrar que nem todas as pessoas teem os mesmos sintomas que eu, em segundo estou apenas a deixar o meu testemunho e em terceiro muitos sintomas só aparecem alguns dias depois, mas eu num só dia dão logo sinal. 

Então vamos lá:

  1. Queda de cabelo. Basta-me uns dias mais cansativos que o cabelo começa a cair em grande escala. 
  2. Cabelo fraco e oleoso. Eu tenho um cabelo grosso e forte de natureza, mas se tiver uma semana bastante exaustiva o meu cabelo enfraquece e tenho quase de o lavar todos os dias. Infelizmente não posso fazer com regularidade, primeiro porque não faz bem para o cabelo nem para o couro cabeludo e segundo porque de vez em quando tenho crises de pele atípica. 
  3. Cascão/caspa. A primeira coisa que noto logo é que fico com enormes cascões na cabeça, não é bem casca, porque no meu caso é a pele a sair em escamas. A caspa aparece raramente mas aparece e acreditem que é super difícil de voltar ao normal. 
  4. Dores de estômago, incluindo náuseas. 
  5. Falta de apetite. 
  6. Diarreia, é quase instantâneo quando de um momento para o outro tenho um pico acelerado de ansiedade e adrenalina. 
  7. Ou então prisão de ventre, quando tenho várias semanas seguidas de stress /ansiedade.
  8. Infecções fungicas vaginais. 
  9. Infeção urinária. Não acontece sempre, mas sim, de longe a longe acabo por ter. 
  10. Dores musculares em todo o corpo. 
  11. Dores de cabeça quase frequentes. 
  12. Mau humor matinal. Raramente acontece, mas por exemplo como o dia de ontem em poucas horas tive uma crise de nervos e choro, hoje acordei mal humorada. Mas passa com o passar das horas. 

Identificas te com estes sintomas? 
Por favor comentem e digam me que mais sintomas vocês teem. 

quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

A ansiedade e o confinamento 2

 Como combinado venho aqui falar um pouquinho sobre este tema.

Estudos mostram que as doenças psiquiatricas podem ser um factor de risco para a covid-19. O risco aumentado de contrair a doença verificou-se em pessoas com doença mental de todas as idades, géneros e etnias e mantém-se mesmo quando há estabilidade económicas e financeiras. 

Mas também há outros fatores a ter em conta: alguns são comportamentais, como a dificuldade em manter o distanciamento social ou o uso da máscara e até mesmo com o estilo de vida como o hábito de fumar.

"Ter covid-19 está relacionado com um risco maior 'de desenvolver problemas de saúde mental' (como a ansiedade, depressão ou insónia) e esse risco mantém-se mesmo sem internamento. Mas ter uma doença mental também aumenta o risco de infecção por covid-19: as probabilidades aumentam quase 65% de acordo com um estudo publicado na Lancet."

Fonte: Jornal Público


Como evitar a ansiedade 

É importante manter-se atualizado, mas não exagere. Se ouvir falar sobre o assunto lhe causa ansiedade mude de assunto. 

Mantenha rotinas. É muito importante, elas transmitem segurança a si e às pessoas com quem mora, especialmente às crianças.

  • Mantenha um horário normal de sono e refeições. 
  • Concentre-se em atividades que gosta. 
  • Faça as atividades que normalmente não tem tempo para as fazer (como as limpezas a fundo). 
Mantenha contacto contacto com familiares e amigos. É uma das melhores formas de reduzir a ansiedade, o sentimento de isolamento ou a frustração por estar em quarentena. 

Faça uma alimentação saudável e pratique exercício físico. 

  • Pode ser a altura ideal para melhorar os hábitos alimentares. 
  • Cozinhe em família e experimente novas receitas. 
  • Pratique atividade física, uma boa opção para se fazer também em família. 
  • A meditação, dança e ioga são atividades que ajudam a relaxar, além de em altura de crise ajuda na concentração da respiração. 
Mantenha-se positivo. Evite irritar-me, sentir falta de esperança e com dúvidas sobre o que vai acontecer. Uma boa maneira de o fazer é falar sobre a sua experiência e sentimentos com a família, amigos ou um profissional de saúde especialista em saúde mental. 

Estas são algumas dicas que podem melhorar o seu dia-a-dia com a ansiedade e o confinamento! 
Não deixem que esta pandemia estrague a vossa saúde mental... 


Imagem:https://nucleodeatencao.com.br/a-ansiedade-relacionada-a-covid-19/

quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

A ansiedade e o confinamento

 


Todos sabemos que isto do covid-19 mudou a nossa rotina, a nossa maneira de ver as coisas, tornou nos mais cuidadosos (ou não).

A maior parte da população (aqui na suiça) esteve em confinamento, em Portugal começou agora, mas aqui já lá vão muitos meses para quem trabalha em escritórios e neste momento até nas lojas.

Eu trabalhei sempre, só fiquei em casa quase três meses de um dos trabalhos (das 6h às 8h), mas pouca diferença fez por isso eu não noto grande diferença, não me isolei da sociedade. 

A verdade é que que o confinamento é o covid-19 fizeram aumentar drasticamente os casos de ansiedade e depressão. Pessoas que nunca tiveram crises passam a ter por não estarem habituados a estar tanto tempo dentro de casa, sem poder conviver com a população!

Contem me como estais depois deste confinamento, afetou vos psicológicamente? Foram alguns dos casos que entrou pela primeira vez nos quadros da ansiedade e depressão? 

Amanhã escreverei um texto com mais detalhes sobre a pandemia e a ansiedade e depressão.

Imagem: https://www.pfarrer-kontaktlinsen.ch/covid/

terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Como eu controlo os ataques de ansiedade e os de pânico

 Quem tem ataques de ansiedade sabe o quanto é difícil conseguir controlar, mas quem tem ansiedade e pânico é extremamente difícil e em muitos casos impossível sem a ajuda de medicação.

À cerca de um ano fui diagnósticada com pânico, para além da ansiedade e à cerca de meio ano com início de depressão, então tudo mudou na maneira de controlar os dois.

Quando tinha só ansiedade (só precisei tomar medicação no primeiro ano) aprendi a controlar com a ajuda da psicóloga e da médica e de mim própria:

1° Sempre que me sentia ansiosa tentava ocupar a mente, fazer alguma coisa, nem que seja arrumar o que já está arrumado, ou decorar as matrículas dos carros ou então tentar encontrar pássaros, isto sozinha, estando acompanhada é sempre muito mais fácil, falem muito, se a pessoa não perceber o que se está a passar expliquem, nada mais fácil que ter alguém do lado para ajudar.

2° Se mesmo assim continuar põe uma música que gostes bem mexida e dança, não tens onde meter música canta tu, em caso de estares a trabalhar pede para sair do teu posto de trabalho, vai até ao exterior apanhar um ar.

3° Inspira sempre pelo nariz e expira pela boca, nesse intervalo conta até dez, ou seja, inspira, 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 e expira. Tão simples mas faz muita diferença.

4° Olha à tua volta e vê quantos objetos encontras de uma cor, por exemplo azul ou branco.

5° Em último recurso, caso vejas que não consegues de todo controlar, se tiveres com alguém pede ajuda de imediato, sempre mais fácil, se tiveres sozinha é mais ou menos o mesmo objectivo mas tens de preparar as coisas antes de te deitares... Então, deita te no chão, de lado para se caso desmaiar és não te engasgares com a saliva, coloco um pano ou compressa de água grés a na cabeça e no peito e sempre que possível beber um copo de água natural com açúcar mas sempre sem esquecer da respiração, é essencial ter uma respiração correcta.

Sei que nestes momentos é difícil lembrar da respiração, eu própria quase não lembro, mas sempre que te lembrares tenta! 


Com os ataques de pânico é bastante diferente, eu não consigo controlar 100% sozinha, infelizmente quase sempre preciso de ajuda da medicação, mas ainda assim há alguns que controlo sozinha, quer dizer as vezes que tenho ataques e estou acompanhanda, geralmente são as pessoas que estão comigo que me ajudam a controlar (quase sempre o meu namorado). Estes ataques são bem mais agressivos, o que leva de um estado bom para um estado horrível em segundos, acontece tudo muito rápido e quase tudo o que aprendes te nos ataques de ansiedade perde o efeito, por isso pouca coisa há a fazer (pelo menos até agora com o que aprendi)

1° Respiração sempre correnta, aqui é nos ataques de ansiedade é sempre importante uma respiração correta para ser mais fácil controlar.

2°Sempre deitar de lado para não engasgar com a saliva ou com a própria língua ou até com o vómito, eu mesma nos ataques de pânico dá me vómitos e chego mesmo a vomitar e com a respiração ofegante e forte a tendência é deitar fora e voltar a sugar para dentro, então muito importante DEITAR DE LADO!

3° Eu desmaio quase sempre, então é crucial ter alguém que saiba o que se está a passar e em caso de estares sozinha tenta ligar a alguém ( foi assim que fui assistida a tempo, quando me foi diagnosticada com síndrome de pânico, eu estava à cerca de quatro horas a ter um ataque e de maneira nenhuma passava, eu esta a ficar sem forças e sempre a desmaiar, então eu mandei uma mensagem what's para uma amiga com quem tinha estado a falar antes do ataque. Então ela é outra amiga foram a minha casa e deram comigo no chão desmaiada, com um golpe na cabeça e nas mãos por causa de um copo que parti... Não sei como teria sido se elas não fossem e não chamassem a ambulância) Nas outras vezes a minha ajuda é o meu namorado, é o meu pilar!

4° E por último ter sempre a medicação SOS em sítio visível, sempre nos mesmo sítio e andar sempre contigo, na bolsa, na carteira, no bolso, onde der, mas que saibas onde está para poderes dizeres com clareza ou procurares sem teres de pensar!


Espero ter ajudado, qualquer dúvida podem colocar que eu tento ajudar o mais possível. 

Juntos somos um!! 


Site:








Imagem: Andrew Rae/The New York Times

Site: https://www.google.com/amp/s/www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2016/11/16/controlar-a-respiracao-diminui-os-sintomas-da-ansiedade-e-da-depressao.amp.htm


domingo, 24 de janeiro de 2021

A decisão de criar este blog


Já à algum tempo que queria partilhar com as pessoas como é viver com a ansiedade /pânico e como é para quem vive ao lado de alguém que sofre de ansiedade /pânico.

Então um dia da semana passada eu acordei super bem disposta, sem dores no corpo, sem sono... Mas a meio do dia, no meu trabalho comecei a sentir me ansiosa, com uma dor no peito, como se alguma coisa fosse correr muito mal. Apareceu sem motivo, do nada! Deu me uma emenda vontade de chorar, as lágrimas ainda me caíram pela cara, mas tive que controlar, porque tinha gente em casa (eu limpo casas privadas) e não queria que me fizessem perguntas do tipo 'estas bem?' ou 'precisas de alguma coisa?' estas perguntas são o gatilho para eu não conseguir mais controlar! 

Ao ir para outra privada, no bus, deu me outra vontade, mas mais uma vez, meia que sofucada controlei. Já na privada, como estava sozinha, aí foi onde desabei e chorei muito, mas tive de controlar porque tinha trabalho a fazer. Controlei o choro e continuei a trabalhar como se nada fosse.

Ao fim do trabalho, já no regresso a casa, finalmente, as lágrimas escorriam me pelo rosto, sem conseguir fazer com que parassem. Cheguei a casa e fui logo tomar um banho, chorei tanto e aliviei, naquele momento era o que me estava a fazer falta. 

Alguma coisa me estava a deixar assim, 'qual o motivo de estares assim?' pergunta o meu namorado. Nenhum! A ansiedade/pânico ataca sem que haja motivo, simplesmente o cérebro começa a pensar demais, pensamentos sem nexo, cria medos irracionais, provoca aperto no peito, uma respiração ofegante e a única maneira que o corpo tem para se aliviar desses sentimentos todos é chorar! 

Sou muito chorona desde sempre, mas com as crises piorei. Tudo é motivo para chorar! Às vezes estou num dia muito bom, chego a casa só cansada e do nada, por algo que me digam choro, mesmo que seja sem nenhuma maldade ou discussão, dá me crises de choro ofegante. É o pior de tudo, é que mesmo sabendo que não está certo chorar sem motivo não conseguimos parar, o corpo obriga nos a chorar! 

É isto é viver com ansiedade/pânico! 



sábado, 23 de janeiro de 2021

O recomeço da ansiedade

Verdade! 2 Anos que não tive um único ataque!

Como consegui? Não foi fácil, fui devagar e aprendendo, começar por ocupar mais os meus tempos livres, optei por fazer ginásio, ia todos os dias, mesmo aos domingos, cerca de 2 a 3 horas por dia. Trabalhava numa fábrica na altura e o meu horário era começar as 14h30 e sair às 23h, por isso a minha ida ao ginásio tinha de ser de manhã. Punha-me a pé por volta das 9h, tomava o meu pequeno almoço, ía ao ginásio, treinava, tomava um duche e depois ia almoçar com a minha mãezinha e ia trabalhar (isto à semana). Ao fim de semana, principalmente ao sábado fazia mais ou menos a mesma rotina, só que almoçava em casa com a minha mae e o meu irmão e depois íamos passear, ou então ficava por casa a desenhar ou ler ou escrever. Quando me aprecebia que estava a ficar ansiosa tentava pensar noutras coisas, contava piadas a mim mesma, falava comigo mesma, contava até dez controlando a respiração, se estivesse acompanhada pela minha família eles falavam muito comigo para eu tentar não pensar na ansiedade. 

E assim fui aprendendo a controlar os meus ataques, até consiguir 2 anos sem nenhum.

Mas infelizmente o que é bom acaba rápido! 

O meu pai faleceu! 02-04-2017, esta é a data que tudo mudou (mais à frente falo um pouco sobre a nossa história, minha e do meu pai). Pois bem, foi tão repentino, tão avassalador para mim que parece que o meu mundo desabou, foi realmente um impacto muito forte e por isso os ataques voltaram, tive um tão forte quando tive de reconhecer o corpo do meu pai que tive de ser assistida pelo médico da morgue. 

E foi sem dúvida mais um gatilho. Em Maio tive uma grande discussão com a minha mãe, coisas banais, mas eu estava tão abalada com a perda do meu pai que decidi tomar 24 comprimidos para dormir, dos químicos bem fortes! Nesse dia como era feriado em Portugal a minha mãe nem sequer deu pela minha falta, porque eu fechei me no quarto. No dia a seguir devia ter ido trabalhar e como o meu carro estava em casa quando o meu irmão chegou da escola ele achou estranho e foi ao meu quarto. Deu comigo no chão completamente sem sentidos! 

Acordei por breves instantes e vi-o a chorar desesperadamente! Partiu-me o coração!

Voltei a perder os sentidos. Quando acordei de novo já estava no hospital, ligada a máquinas. Lembro me de pouca coisa. Lembro me de um enfermeiro abrir a porta principal e eu ver a minha mãe na entrada, toda vermelha de tanto chorar! Eu vi o olhar desesperado dela, tentando a todo o custo estar comigo. Eu olhei para os braços, tenho pavor a agulhas, mas arranquei tudo o que tinha e fui a correr para a porta para poder estar com a minha mãe, mas ao mesmo tempo que ia a correr um médico parou me com os braços e agarrou me. Eu esperniei o quanto mais pude. Levaram me outra vez para a cama e prometeram me que a iam buscar para a minha beira e assim o fizeram.

Prometi a mim mesma e à minha família que nunca mais o fazia! 

Foram meses depois disso bem difíceis para mim! Tive de reaprender a viver a minha vida básicamente.

Voltei a ter ataques, muito leves, mas conseguia controlá-los.

Em Outubro de 2018 tento abrir o meu próprio café sem muito resultado. Fechei 3 meses depois. Mas agradeço todos os dias por ter estado naquele café! Foi onde conheci o meu namorado! ❤️

No fim de Dezembro eu e ele tivemos uma discussão e então a minha sócia do café que também era minha amiga (dizia eu) ia viver para a suiça e eu decidi ir com ela. 

Então esperaria até fazer anos (23 de Fevereiro) para ir. 

No dia 21 de Janeiro de 2019 fiz as pazes com o meu namorado e decidimos ir os dois, mudar de vida. Como tínhamos casa só não tínhamos trabalhos, eu vim primeiro que ele e um mês depois veio ele! 

2019 foi um ano de grandes mudanças, grandes recomeços, grandes desilusões! 

O início da ansiedade

Sou a Cátia, tenho 25 anos, neste momento moro na Suiça. Concidero-me feliz independentemente da minha ANSIEDADE, gosto de tudo um pouco, ler, escrever, ouvir vários estilos de música, gosto de desenhar e pintar, gosto de trabalhos manuais e amo muito animais, tenho 5 gatos e dois cães em Portugal, são os meus amores. Tenho um irmão Diogo e a minha Mamã, são os meus eternos amores!

Quando era criança mudava muitas vezes de casa, ao que os meus pais eram obrigados a mudar me de escola, mas sempre me adaptei bem, sempre gostava da turma que calhava, fiz muitos amigos mesmo que agora não tenha contacto com nenhum deles, no meu tempo não havia telemóveis 😁. 

Então mudei uma última vez de escola, na transação do 6° ano para o 7°, foi então que tudo começou! Os primeiros meses de adaptação até não foram muito difíceis, mesmo sem conhecer ninguém na minha turma, tinha a minha prima que andava um ano atrás e andava na mesma escola. Ocupava os meus tempos livres com elas e as amigas dela (que ainda são minhas amigas também), depois comecei a falar com um grupo de raparigas, havia uma em particular, Sara, que puxava sempre assunto sempre que houvesse oportunidade. Dávamos realmente muito bem. Mas ela teve de se mudar para a casa da mãe, ela vivia com a tia, ao mudar de casa mudou de escola e mais uma vez fiquei ali, desamparada, mesmo tendo as outras colegas não era a mesma coisa sem a Sara.

Mas não desisti e continuei a tentar manter relação, admito que até tinha um grupinho engraçado e passou o 7° ano, entre percalços, mas notas por contas de todas as mudanças mas consegui passar de ano a todo o custo. Foi um ano bastante atribulado.

Já no 8° ano, ano novo mas a vida era a mesma, o ano não começou muito mal, mas mudou tudo radicalmente. De um momento para o outro era motivo de chacota da turma, eu era muito magrinha e as minhas omoplatas eram muito salientes, quando estava sentada nas cadeiras elas encaixavam no encosto da cadeira pelo lado de fora, fui tão gozada. Um outro momento foi quando ganhei uma grande escamação no queixo devido a uma alergia, tenho a pele super sensível e sofro de pele atopica, eles fugiam da minha beira com medo que se pegasse e fui chamada de monstro montes de vezes. Eu não tinha um intervalo normal, eu ia para a entrada da escola, para a beira dos funcionário, era o único sitio que ninguém podia implicar comigo, tantas vezes eu chorava, limpava as lágrimas e voltava para a sala. 

Isto tudo afastou me completamente da realidade e fez-me cair numa zona isolada onde só eu existia. Acabei por tirar tão boas notas porque não tinha mais onde gastar as minhas energias e isolava-me nos estudos. Mais para o fim do ano acabei por fazer amizade com a Ângela, ela tinha problemas de desenvolvimento e tal como eu era só ela, sozinha e isolada. Era com ela que falava nas aulas, era ela que me abstia de todos os outros.

Passei de ano, super feliz com as notas mas destroçada psicologicamente!

Começou mais um ano, o último por sinal! Finalmente! Diria eu que talvez fosse mais calmo mas começou exatamente como acabou, eu sem falar com ninguém, isolada, chorona, uma pessoa completamente diferente!

Fiz as pazes com uma delas, a Paula, foi a melhor coisa que me podia ter acontecido no meio de tanto sofrimento. Éramos inseparáveis. Melhores amigas até depois do 12° ano.

Passei de ano, fiz as pazes com mais algumas, mas nunca fiquei 100%. Mal sabia eu todo o mal que me fizeram ficou tão agarrado a mim, puxou me para um buraco tão fundo que nem eu me tinha apercebido e então quando entrei para o 10° ano a ansiedade atacou. Tão abrusca, tão repentina, tão malvada! Os meus pais nunca souberam de nada e ainda agora não acreditam... 

Tive o meu primeiro ataque de ansiedade, um dia normal completamente normal, como era delegada de turma a 'stora' pediu me para ir buscar umas fotocópias e quando chego à sala sinto um aperto enorme no coração, tanta falta de ar, a visão tão turba, palpitações, o nariz, as mãos e os pés adormeceram, não conseguia parar de tremer. Cai no chão, sem forças, foram os rapazes todos da minha turma (sim eram 18 rapazes e só 2 raparigas) que me deitaram de lado, de disseram para respirar, falaram comigo, preocupados, a pedir para eu me acalmar. Então consegui acalmar. Mas foi este o ataque, o gatilho para não parar mais.

Todas as semanas tinha cerca de 3 a 4 ataques. Eu chorava desalmadamente, tentava controlar tudo o que se estava a passar comigo, parecia que ia morrer, chegava a perder os sentidos 5 vezes em cada ataque. Era horrível! E depois do ataque? Pior ainda, sem força, com dores horriveis de cabeça, no peito, no corpo... Havia dias tão bons, mas tambem tão horriveis!

Fui à Médica, fui diagnósticada com ansiedade e DEPRESSÃO! Depressão?! Como assim?! Tinha apenas 16 anos, era uma adolescente. Mas mal sabia eu que já levava com isso desde a pré-adolescencia, que tudo aquilo por que passei nos anos anteriores foram o gatilho para tudo aquilo que estava a passar! 

Chorei tanto, tive tanto medo! Foi a minha mãe que me deu todo o apoio, foi ela que ficou em casa para olhar por mim, eu tinha pensamentos suicidas e se nao fosse ela, quantas vezes poderia ter corrido mal. 

Andei na psicóloga da escola, a tomar medicação e a tentar manter me o máximo que conseguisse ocupada. 

Fui aprendendo a controlar os ataques, curei a depressão e vivi os 3 melhores anos de escola de toda a minha vida, boa aluna, bons amigos, estabilidade emocional e psicológica. 

Depois que sai da escola comecei logo a trabalhar, tinha cada vez menos ataques até que PASSEI 2 ANOS SEM ATAQUES!!!!

Sim nem um ataque, estava tão bem, tão feliz, tão realizada!! Andava no ginásio, mantinha sempre a cabeça ocupada, mesmo sem ainda dormir como uma pessoa normal, mas estava bem... 

AMANHÃ CONTO O RESTO! Muito texto para uma vez só ☺️


Noite difícil